terça-feira, 31 de maio de 2011

Straßenbahn (Bonde)


Os bondes. Karlsruhe e seus arredores (assim como a maioria das grande e médias cidades alemãs) são atendidas por inúmeras linhas de bondes, isto mesmo, os velhos e bons bondes que foram desativados no Brasil. Claro que veículos modernos, em comboios. De onde moramos vamos ao centro, à universidade e à escola das crianças, de bonde. Se quisermos ir a outro lugar, descemos de um bonde e pegamos outra linha. E tudo isso sem roletas, sem cobradores, com nossos cartões mensais que muito eventualmente são solicitados por algum fiscal. Podemos nos deslocar para todos os lados, e não somente de bonde, mas também de ônibus. Tudo interligado, quantas vezes quisermos. E os horários então: em cada estação (Haltestelle) existem cartazes com os horários em que os bondes passam. Por exemplo, oito e quarenta e oito. E não é que o bonde passa às oito e quarenta e oito? Em ponto!

Este sistema de transporte nos faz refletir sobre a polêmica do transporte em Porto Alegre, principalmente agora com o advento da Copa de 2014. Por pressões da indústria automobilística, em plena ditadura militar, as cidades brasileiras desativaram um sistema de transporte barato e não poluente, em nome da modernização. A desativação do sistema de bondes também foi o primeiro passo para o desmantelamento de nossa estrutura urbana, privilegiando o transporte individual, com a construção de viadutos, túneis e outras aberrações. Com uma estrutura de trilhos, como no caso de Porto Alegre, atendendo todos os bairros da cidade, hoje poderíamos ter um sistema de transporte aos moldes do alemão, sendo necessário apenas a modernização dos veículos e a interligação de linhas, de acordo com o crescimento da cidade. Tudo isso sem a necessidade de metrôs e obras faraônicas ou dos famigerados corredores de ônibus, com veículos em fila, com um serviço sofrível, indo a uma mesma direção, gerando poluição sonora e do ar.

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